As épicas e sentimentais Canções alexandrinas de Mikhail Kuzmin introduziram na literatura russa o singular tema da Antiguidade pagã evocado, a partir de meados do século XIX, por Gustave Flaubert (Salammbô e Herodíade) e Théophile Gautier (Romance da múmia), Pierre Louÿs (Os cantos de Bilítis e Afrodite) e Anatole France (Taís), entre outros escritores franceses. Publicada, em julho de 1906, n’A Libra, revista literária dirigida pelo mestre do simbolismo russo Valêri Briússov, essa obra logo atraiu a atenção dos maiores intelectuais e artistas da época. “As canções de Kuzmin trazem-nos flores da verdadeira poesia antiga” – escreveu a respeito dela o poeta e crítico de artes Maximilian Volóchin, declarando-a esteticamente universal e mesmo achando auspicioso que seu autor tivesse surgido “na trágica Rússia com um raio de alegria helena em suas canções sonoras”, raio cujo brilho não esmaeceria com o passar do tempo... A recente versão desse livro, feita por Oleg Almeida, em plena conformidade com o original russo, apresenta-o aos leitores lusófonos.
OLEG ALMEIDA: BREVE CURRÍCULO LITERÁRIO
Nascido na Bielorrússia em 1971 e radicado no Brasil desde 2005, Oleg Almeida é poeta, ensaísta e tradutor multilíngue, sócio da União Brasileira de Escritores (UBE/São Paulo). Autor dos livros de poesia Memórias dum hiperbóreo (2008; Prêmio Internacional Il Convívio de 2013), Quarta-feira de Cinzas e outros poemas (2011; Prêmio Literário Bunkyo de 2012), Antologia cosmopolita (2013) e de numerosas traduções do russo (Diário do subsolo, O jogador, Crime e castigo, Memórias da Casa dos mortos e Humilhados e ofendidos de Fiódor Dostoiévski; Pequenas tragédias de Alexandr Púchkin; Canções alexandrinas de Mikhail Kuzmin; Contos russos, vv. I-III) e do francês (O esplim de Paris: pequenos poemas em prosa de Charles Baudelaire; Os cantos de Bilítis de Pierre Louÿs).
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